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Individual

JOAQUIM BEZERRA DE ARAUJO FILHO

Vaqueiro com uma linguagem poética e de improviso, em versos, aboios, que retrata o lúdico da classe vaqueira. Com seu timbre seco e emoção, leva seu conhecimento, saberes e vivências às escolas, desde a pré-escola, às universidades.

Email: jdearaujofilho97@gmail.com

Telefone Público: (88) 99921-8947

Endereço: FRANCISCO MONTEIRO MAIA, 38, CASA, CENTRO, 62940-000, Morada Nova, CE

CEP: 62940-000

Logradouro: FRANCISCO MONTEIRO MAIA

Número: 38

Complemento: CASA

Bairro: CENTRO

Município: Morada Nova

Estado: CE

Descrição

Ainda pequeno, Joaquim Bezerra de Araújo Filho – Sr. Araújo – começou sua trajetória como aprendiz de vaqueiro e como jockey de cavalo de prado, na fazenda barro vermelho, zona rural de Morada Nova, onde seu pai era vaqueiro e gerente da propriedade. Desde muito cedo, aprendeu a montar a cavalo e a aboiar, trabalhou com o manejo com os bichos – bovinos, equinos, caprinos, ovinos e pequenos animais –, vestiu o gibão para pegar boi no mato e se filiou à Associação de Vaqueiros e Criadores de Morada Nova, onde se engajou com as práticas culturais da sua profissão e com outras demandas necessárias aos vaqueiros em sua atividade laboral.
Em 1969, com a desapropriação para a constituição do perímetro irrigado de Morada Nova, deixou a propriedade no campo e passou a viver na zona urbana, onde reside até hoje. Contudo, a paixão pela atividade de vaqueiro nunca o deixou, o prazer de defender a cultura vaqueira é sempre presente em seu cotidiano, nas palavras do Próprio Araújo: “[...] uma satisfação que enche o peito... eu estou com calor, mas estou feliz, para mim isso daqui é o que me faz querer viver mais anos de vida”.
No decorrer do tempo, a atividade de vaqueiro deixou marcas na sua memória e também em seu corpo, tendo em vista a batalha travada diariamente entre o vaqueiro e seu contexto de trabalho, além de um conhecimento sobre a cultura vaqueira e sobre o trato com os bichos que o engajam numa linha de trabalho cuja atuação auxilia seus colegas de profissão no manejo com os animais.
Em Morada Nova, Sr. Araújo é uma referência para a cultura vaqueira, pois trabalhou muito anos como vaqueiro e conhece com profundidade a atividade de trabalho, o trato com os animais; é envolvido nas atividades da Associação dos Vaqueiros e Criadores de Morada Nova, na disseminação da cultura entre as gerações mais novas e assiste muitos pesquisadores que buscam os saberes da cultura vaqueira. Ele já colaborou e colabora com inúmeras pesquisas que tem o vaqueiro como participante ou ator social e resultaram na elaboração de incontáveis trabalhos de conclusão de curso de graduação, monografias de especialização, artigos publicados em periódicos, dissertações de mestrado, teses de doutorado e projetos de pesquisa apoiados pelas universidades e pelas instituições que fomentam a pesquisa no país.
É válido enfatizar a relevância do reconhecimento do Vaqueiro Araújo como Mestre da Cultura Cearense, pois, atualmente, contam-se apenas dois mestres ligados à cultura vaqueira no estado do Ceará, sendo que nenhum deles se dedica ao território do Vale do Jaguaribe, tampouco à Morada Nova. Essa lacuna, fortalece a necessidade desse reconhecimento e o valor da candidatura de Sr. Araújo a Tesouro Vivo da Cultura Cearense, posto que as práticas culturais devem ser cultivadas e disseminadas pelos atores sociais para que haja o fortalecimento da memória e da ancestralidade que deve coabitar com a modernidade (HALL, 2006) , havendo um reconhecimento dessa memória como viva ontem e hoje para que chegue ao amanhã.
Portanto, ao considerarmos o status quo da cultura vaqueira na contemporaneidade, o vaqueiro Araújo é peça-chave para projetar a cultura vaqueira morada-novense no contexto do município e externamente, pois, como figura pública conhecida e reconhecida social e academicamente, ele é um representante que tem em sua história de vida a própria tradição viva (HAMPATÉ BÂ, 2010) da cultura de seu município. Sendo assim, reconhecê-lo como Mestre da Cultura é fortalecer a cultura vaqueira e o trabalho há muito desenvolvido por Sr. Araújo, que veste gibão com orgulho, aboia com destreza e inspiração, e fala com tanta paixão sobre sua história como vaqueiro.

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