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Coletivo RiTmAR

O Coletivo Teatral RiTmAR nasceu dentro do Projeto de Pesquisa O Ritmo do Ator e da Atriz na Cena Teatral, coordenado pela pesquisadora e Profa. Dra. Andréia Paris, Crato-CE, em 2016. O coletivo estuda autores e autoras que tratam da sensibilização dos/das artistas como a diretora norte-americana Anne Bogart, e estudiosos da percepção como o filósofo espanhol Michel Serres e o neuro-fisiologista Alain Berthoz. Assim como pratica exercícios e explora em suas criações cênicas, meios e formas que desenvolvam a sensibilização dos/das artistas ao mesmo tempo que procura incluir o/a espectador/a no processo sensorial. Esses estudos e explorações possibilitou a primeira montagem do Grupo, Especial de Natal, entre os anos de 2018 e 2019. O Coletivo RiTmAR também atua em áreas pedagógicas como oficinas, workshops e mediações culturais. Entre as oficinas estão a de Percepção Rítmica e do Movimento, Dança do Ventre (2018) e Tango (2018), ambas com finalidades de trabalhar psicofisicamente os corpos das atrizes e do ator. Em 2019 organizou o workshop “O Corpo Rítmico Musical” com o sonoplasta Jean Jacques Lemetre, da Companhia Theatre du Soleil na França.

Site: https://www.ritmarteatro.com/coletivo-ritmar

Email: coletivoritmar@gmail.com

Telefone Público: (88) 99981-7267

Endereço:

CEP: 63050-170

Logradouro: Rua Apólo XI

Número: 02

Complemento: Casa

Bairro: Santo Antônio

Município: Juazeiro do Norte

Estado: CE

Descrição

Coletivo RitmAr é formado pelas artistas Andréia Paris, Maria Gisele, Jordlyane Almeida, Raniele Lessa e o ator/produtor Gabriel Ângelo. Essa formação surgiu à partir do projeto de pesquisa O Ritmo do Ator e da Atriz na Cena Teatral, realizado dentro da Universidade Regional do Cariri desde 2016. Em 2019 foi criado o espetáculo Especial de Natal, inspirado nos contos do autor pernambucano Marcelino Freire. Devido à pandemia da Covid19 que impossibilitou os encontros presenciais nos teatros, o espetáculo presencial foi todo recriado em 2020, pesquisando e se apropriando das ferramentas de comunicação que temos à nossa disposição, para criar Especial de Natal - Teatro Pandêmico, hoje realizado todo online. O Coletivo RitmAr nasce da necessidade desse grupo compartilhar a sua produção artística, já que o projeto de pesquisa abarca outros/outras pesquisadoras que não fazem parte do espetáculo.
Esteticamente, o espetáculo Especial de Natal foi idealizado para ser uma uma experiência sensorial. O coletivo estuda autores e autoras que tratam da sensibilização dos/das artistas como a diretora norte-americana Anne Bogart, e estudiosos da percepção como o filósofo espanhol Michel Serres e o neuro-fisiologista Alain Berthoz. Assim como pratica exercícios e explora em suas criações cênicas, meios e formas que desenvolvam a sensibilização dos/das artistas ao mesmo tempo que procura incluir o/a espectador/a no processo sensorial.
Quando definiu-se que os textos usados na montagem seriam de Marcelino Freire, imediatamente o grupo começou guardar seu lixo reciclável para ser usados como cenário, adereço cênico e figurino. As atrizes e o ator representariam esses heróis do
cotidiano que, embora realizam uma ação social, de saúde pública e ambiental, são ignorados, excluídos e invisibilizados. Como grande parte dos personagens que Marcelino Freire retrata de forma tão honesta e forte em seus textos.
A montagem de Especial de Natal inicia pela exploração sonora do lixo coletado, pela organização rítmica do material no espaço e nas ações dos/das artistas. Do mesmo modo, os textos e as ações foram desenvolvidos e explorados sonoramente. Até os figurinos passaram pelo mesmo processo, sendo feitos de roupas usadas e bordadas com sacolas de lixo, lacres de latas, papéis de balas, doces e bombons. Os bordados foram inspirados na artista Efigênia Rolim - contadora de histórias, criadora de bonecos, bonecas, objetos e roupas - que ganha visibilidade com trabalhos feitos com tudo que ela encontra na rua.
Para ampliar a experiência do sonoro, a textura dos objetos e das roupas, foi feita a escolha estética de trabalhar quase sem luz. Apenas lanternas, isqueiros, fósforos, luz do celular e pisca-pisca de natal. Dramaturgicamente, se justifica porque os personagens moram numa ocupação que precisa de um “gato”. A Luz acaba e têm que lidar com a falta de iluminação. Esse detalhe ressalta a miséria, a exclusão, a humilhação, a dor, os sonhos não realizados, a falta de oportunidades e a solidão. Por estes motivos, assim como as cenas do espetáculo são escuras, escolheu-se manter também no vídeo a escuridão. Sabe-se que nesse formato, a falta de Luz prejudica muito a visibilidade e a recepção do trabalho. Contudo, o coletivo escolhe a alternativa
de proporcionar ao espectador a experiência estética de focar em seus outros sentidos. De ter que se esforçar para ver, mas não importa o que se vê, ou o que está colocado para ver, mas o que se sente com o que se tenta ver em junção com o que se ouve. Ação esta que convoca a imaginação a participar da cena, completando, justificando, compondo e, principalmente, criando-a junto conosco. E dessa forma, criamos uma obra conjunta, composta de imaginação, experiência e ausências.

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